O local, em Copacabana, é um dos maiores equipamentos culturais do Rio e se encontra há 12 anos abandonado, desde o incêndio em setembro de 2011
A Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) apresentou, em audiência pública realizada pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta segunda-feira (02/10), o projeto de retomada do Teatro Villa-Lobos. O local, em Copacabana, é um dos maiores equipamentos culturais do Rio e se encontra há 12 anos abandonado, desde o incêndio em setembro de 2011.
Ao realizar o anúncio, o presidente da Funarj, Jackson Emerick, explicou que os recursos recolhidos para a execução do projeto virão em parte do Estado, além da captação de fundos com as Leis de Incentivo e de parcerias com o setor privado. “Vamos priorizar o caixa do Estado, mas também iremos nos inscrever na Lei Rouanet, além de buscar empresas que tenham interesse em apoiar esse projeto”, destacou.
O coordenador do Projeto, João Guilherme Ripper, explicou que a primeira ação de retomada do espaço já ocorreu através da capinação do terreno e drenagem do solo, além da contratação de vigilância 24 horas e reativação da rede elétrica. Já o segundo passo, de acordo com ele, foi a revisão do projeto contratado pela Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop-RJ), em 2013, e a reavaliação do que seria necessário agora mudar.
“Há itens absolutamente indispensáveis em termos de alteração do novo projeto, como a Legislação de Prevenção e Combate a Incêndios, atualização tecnológica, avaliação estrutural e o aproveitamento de uma parte do terreno para a construção de um teatro experimental, com salas de ensaio”, explicou Ripper. Ele ainda afirmou que, para garantir a realização do projeto com segurança, a contratação de assessoria para a modificação desses detalhes já está em curso.
A deputada Verônica Lima (PT), presidente da Comissão da Alerj, reforçou a intenção de realizar audiências públicas para discutir a situação dos equipamentos culturais em todo o estado. “Infelizmente, nós não temos, historicamente, a política cultural como prioridade no assunto de políticas públicas e direitos. Por isso, estamos lutando pelo lugar da cultura na primeira prateleira de importância política. A economia criativa e os equipamentos culturais são essenciais para a economia do Rio e devem funcionar plenamente”, destacou.
A coordenadora de Equipamentos Culturais da Prefeitura do Rio, Vera Saboya, frisou a importância dos espaços culturais para a população. “Esses equipamentos não se prestam apenas a serem casas de espetáculo, mas exercem um relevante papel para a sociedade, que deve ocupar esses espaços”, enfatizou.
Como representante da sociedade civil organizada, Carina Barreto leu uma carta sobre a importância da arte. “Por meio da linguagem da representação, o teatro permite experimentar outras realidades e infinitas possibilidades. O teatro é considerado uma ferramenta essencial para a educação e o desenvolvimento humano. É um lugar de reflexão sobre a atualidade e, dessa maneira, uma busca pela essência do ser”, disse.
Também estiveram presentes na audiência pública representações de grupos teatrais, movimentos sindicais e representantes dos artistas.
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