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GOVERNOS APERTAM O CONTROLE SOBRE OS ESTOQUES GLOBAIS DE ALIMENTOS, ELEVANDO OS PREÇOS

As restrições à exportação estão tornando grãos, óleos, carnes e fertilizantes – já com preços recordes – mais caros

Dezenas de países ergueram barreiras comerciais nos últimos dois meses para proteger os escassos suprimentos de alimentos e commodities, mas especialistas dizem que essas políticas só agravarão uma crise alimentar global.


A Ucrânia limitou as exportações de óleo de girassol, trigo, aveia e gado na tentativa de proteger sua economia devastada pela guerra. A Rússia proibiu a venda de fertilizantes, açúcar e grãos para outras nações.


A Indonésia, que produz mais da metade do óleo de palma do mundo, interrompeu os embarques. A Turquia interrompeu as exportações de manteiga, carne bovina, ovina, caprina, milho e óleos vegetais.


A invasão russa da Ucrânia desencadeou uma nova onda de protecionismo à medida que os governos, desesperados para garantir alimentos e outras commodities para seus cidadãos em meio à escassez e aumento dos preços, erguem novas barreiras para impedir as exportações e saídas de bens estratégicos de seus territórios.


As restrições à exportação estão tornando grãos, óleos, carnes e fertilizantes – já com preços recordes – mais caros e ainda mais difíceis de se encontrar em alguns locais ao redor do globo. Isso deposita um fardo ainda maior sobre os pobres do mundo, que estão comprometendo uma parcela cada vez maior de sua renda por alimentos.


Muitos dos aumentos de preços estão inter-relacionados. Os custos mais altos de energia são repassados no preço do fertilizante, que é produzido com gás natural. Isso, por sua vez, está elevando os preços agrícolas à medida que a manutenção das colheitas se tornam mais caras. O aumento dos preços do trigo também eleva o preço do arroz, visto que as pessoas buscam alternativas.


O Banco Mundial estimou que os preços de bens não energéticos, como produtos agrícolas e metais, aumentariam quase 20% este ano antes de se estabilizarem nos anos seguintes, enquanto os preços do trigo devem subir mais de 40% em 2022.

A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio – OMC, a Drª Ngozi Okonjo-Iweala, visitou recentemente o Brasil. Na oportunidade, disse que o presidente Jair Bolsonaro expressou preocupação com a capacidade do Brasil de obter fertilizantes, que normalmente vem da região do Mar Negro.


Abordou Bolsonaro acerca da capacidade do Brasil em oferecer óleo vegetal e grãos adicionais nos mercados globais. Bolsonaro disse que as safras do país já estavam sob contrato, mas que o Brasil buscaria potencializar a produção nas próximas colheitas.


O fato é que o Brasil, considerado por muitos um dos celeiros do mundo, terá decisões difíceis para serem tomadas em curto prazo, caso a cadeia de suprimentos mundiais continue prejudicada.


Os aumentos de preços dos alimentos em escala global foram sentidos de forma particularmente intensa nos países mais pobres do mundo, como os do Oriente Médio e da África Subsaariana, que dependem de alimentos importados.


A população brasileira também já sente os efeitos dessa desestabilização, bastando para isso observar os carrinhos de compra nos supermercados. Vale lembrar que, como em vários países, na base da pirâmide alimentar da família típica está o trigo.


Na mão oposta, haverá pressão por parte dos exportadores de gêneros agrícolas e outras commodities para que o país não imponha qualquer medida restritiva, aproveitando assim as altas dos preços nos mercados internacionais.


Enfim, o dever de todo governo é colocar as necessidades de seus próprios cidadãos em primeiro lugar, e as regras da OMC permitem que os países imponham medidas temporárias de segurança nacional. Veremos qual rumo tomaremos.


Dependendo das escolhas estratégicas do país, a economia em geral, já combalida pela pandemia, sofrerá um jab no queixo no momento em que tenta se levantar das cordas: ninguém deixa de comprar comida para comprar qualquer outra coisa. Essa é uma das poucas certezas que o mercado oferece.


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