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MUNDO TEM APENAS 10 SEMANAS DE TRIGO

A ONU foi avisada de que os estoques globais de trigo caíram para seu nível mais baixo desde 2008, após guerra russa

O mundo tem apenas 10 semanas de estoque de trigo depois que a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin interrompeu a cadeia de fornecimento do grão vindo do "celeiro da Europa".


A Rússia e a Ucrânia respondem por cerca de um quarto das exportações mundiais de trigo e o Ocidente teme que Putin esteja, deliberadamente, tentando prejudicar o suprimento global de alimentos, destruindo equipamentos e roubando grãos na Ucrânia.


As estimativas oficiais do governo dos EUA colocam os estoques mundiais de trigo em 33% do consumo anual, mas os estoques podem ter caído para 20%, segundo a empresa de metadados agrícolas Gro Intelligence. Os dados apresentados estimam que restam apenas 10 semanas de suprimento global de trigo nos estoques.


Nesse tabuleiro de xadrez, com a Rússia a caminho de uma forte colheita de trigo este ano e dominando a produção ucraniana, consolida-se ainda mais o controle de Putin sobre o grão básico, já que as condições climáticas vêm prejudicando a produção na Europa e nas Américas.


O abastecimento global de alimentos está sendo afligido por vários desafios extraordinários, incluindo escassez de fertilizantes (já abordamos isso numa coluna anterior), distúrbios climáticos e medidas protetivas de países produtores de óleos e grãos, que já preveem um futuro complexo. A tendência é ainda menos disponibilidade de trigo no mercado internacional.

À medida que a guerra se estende e o suprimento global de alimentos diminui, os preços disparam. Desde o início do confronto, o trigo já subiu 46,25% na bolsa de Chicago. No interior do Rio Grande do Sul, a tonelada do grão atingiu R $1.960, preço recorde e com alta de 26% em uma semana, conforme aponta a consultoria Safras & Mercado.


O trigo é a matéria-prima para a produção de diversos alimentos, sendo o nosso querido “pão francês” o mais consumido. O aumento no preço do pão de trigo afeta diretamente as camadas mais vulneráveis economicamente da população brasileira, que já sofrem com a inflação dos alimentos desde o início de 2021.


O Brasil está vulnerável nesse cenário. O país importa entre 50% e 60% do trigo consumido pelo mercado interno: dos 12 milhões de toneladas consumidos anualmente, a produção brasileira do produto varia entre 5 a 6 milhões de toneladas. Os maiores produtores nacionais são Rio Grande do Sul e Paraná, que, juntos, produzem 85% do trigo nacional.


Importamos trigo dos Estados Unidos e de países do Mercosul, como Argentina, Paraguai e Uruguai – o país não compra a mercadoria da Rússia há 2 anos. Assim, o problema não será o desabastecimento de trigo, mas seu custo no mercado internacional.


Outro ponto central que precisaremos abordar é como o câmbio irá responder a esse cenário, visto que o dólar sempre será o porto seguro do investidor em momentos de grande instabilidade como a atual. Para os produtores do sul do país, será ainda mais vantajoso colocar a commodity disponível para exportação do que abastecer o mercado interno, se considerarmos a escalada do custo do frete no nosso território.


O trigo é fundamental para a alimentação do brasileiro mais pobre e representa até 30% da caloria diária ingerida. Com uma guerra imprevisível, inflação à porta e um ano eleitoral que promete grandes emoções, veremos a capacidade do governo de se conectar de fato com as pessoas, entendendo que o problema vai além do brioche que come no brunch.


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